Desdobramentos de um trauma: mãe busca justiça após intervenção polêmica do Conselho Tutelar em Bofete
Um mês após o episódio que abalou profundamente a vida de uma mãe deficiente física (surda e muda)em Bofete, os desdobramentos da polêmica atuação do Conselho Tutelar no caso ocorrido na UBS da cidade no dia 8 de maio continuam ganhando repercussão. O que era para ser um atendimento comum se transformou em um verdadeiro pesadelo para uma mulher que, até então, só buscava cuidar da saúde do filho.
De forma abrupta e sem mandado judicial, conselheiras tutelares Flávia e Nilza intervieram, separando mãe e filho sem qualquer diálogo ou sensibilidade, gerando revolta e indignação por parte de quem acompanhou a cena. A dor de uma mãe foi ignorada. Seu choro, desconsiderado. Sua voz, silenciada.
Agora, na tentativa de restaurar seus direitos e reparar os danos sofridos, ela busca justiça. Três processos já tramitam no Fórum de Porangaba em desfavor das conselheiras tutelares Flávia e Nilza, revelando a gravidade do ocorrido:
🔴 Busca e Apreensão – Infância e Juventude (1000852-81.2025.8.26.0470) – o processo tramita em segredo de justiça e com prioridade, o que demonstra a urgência da situação e a possibilidade de violação dos direitos da mãe;
🔴 Representação Criminal por Abuso de Autoridade (1000853-66.2025.8.26.0470) – com base na Lei nº 13.869/2019, visa responsabilizar as conselheiras pela conduta arbitrária e desumana;
🔴 Ação de Indenização por Danos Morais (1000864-95.2025.8.26.0470) – busca compensar os profundos traumas emocionais vivenciados pela mãe, que foi exposta a um episódio humilhante, com consequências psicológicas irreversíveis.
Além dessas medidas judiciais, há ainda uma reclamação administrativa em andamento na Prefeitura de Bofete, demonstrando que o caso já ultrapassou o campo da Justiça e passou a ser debatido também nas esferas institucionais e sociais, e espera-se que a Prefeitura de Bofete na pessoa do Prefeito o Sr. Carlinhos do Carmo apure com rigor o caso em questão.
Em nota oficial, a Prefeitura tentou se isentar, afirmando que as ações seguiram os trâmites legais e que o Conselho Tutelar não tem poder para decisões definitivas de guarda, e não foi exatamente isso que ocorreu? as conselheiras retiraram a guarda do menor da mãe, sem ela entender nada o que de fato estava acontecendo, por ser surda e muda.

No entanto, a própria nota confirma que a intervenção ocorreu e que está sendo apurada, o que apenas reforça a sensação de que houve, sim, excesso.
Quem viveu ou testemunhou a cena na UBS e na sede do Conselho Tutelar naquela manhã de maio ainda guarda na memória a imagem da mãe chorando desesperada, tentando, em vão, proteger seu filho de um afastamento forçado. “Foi cruel. Ela implorava sem emitir palavras por não conseguir falar pela sua deficiência física, perguntava por gestos o que estava acontecendo, e ninguém explicava nada, pois não havia o acompanhamento de pessoa habilitada em linguagem de sinais(LIBRAS)”, relatou uma testemunha que preferiu não se identificar.
A comunidade começa a se mobilizar. O caso gerou indignação e reforçou um alerta: quem protege a população quando os órgãos de proteção falham?
A dor de uma mãe não pode ser relativizada. Quando a burocracia atropela a empatia, e quando a autoridade ignora os laços afetivos, o que sobra é o trauma. Uma mulher teve sua maternidade violada diante de olhares frios. Agora, ela quer o que é seu por direito: respeito, justiça e seu filho de volta aos seus braços.
A sociedade espera que esse clamor não ecoe em vão.