O delegado José Clésio Silva de Oliveira Filho, titular do 1º Distrito Policial de Indaiatuba, no interior de São Paulo, foi preso nesta última terça-feira (26) por suspeita de liderar um grupo que praticava extorsão contra empresários da cidade para que investigações contra eles não fossem realizadas.
As prisões foram feitas no âmbito da Operação Chicago, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo. Além do delegado, dois investigadores, um escrivão, dois guardas-civis e três advogados também eram alvos de mandado de prisão. De acordo com a promotoria, 13 foram presos e um segue foragido. A identidade dos outros agentes envolvidos não foi revelada.
Conforme a investigação do Gaeco, o grupo invadia estabelecimentos comerciais e subtraía de forma indevida bens e dinheiro das vítimas com a decretação de prisões abusivas. Usando como ameaça a abertura de boletins de ocorrência e inquéritos, os suspeitos exigiam o pagamento de “resgates” para libear os presos ou para garantir que nada fosse investigado.
Segundo o promotor Paulo Guilherme Carolis Lima, do Ministério Público de Campinas, havia até uma “sala de extorsão” no 1º DP de Indaiatuba. “Essa denominação foi dada porque eles realizavam uma abordagem tentando vincular drogas e outros objetos ilícitos as vítimas, era um procedimento”, afirmou.
Mais de uma dezena de empresários teriam sido vítimas do grupo em cerca de um ano. Conforme os investigadores, a exigência de valores começava em R$ 1 milhão e podia chegar a R$ 3 milhões por vítima.
Além dos 13 mandados de prisão temporária, o Gaeco ainda cumpriu, com apoio do BAEP (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) e da Polícia Civil, 17 mandados de busca e apreensão nas cidades de Indaiatuba e Itu.
Foram deferidas medidas de sequestro de bens móveis e imóveis, além de bloqueio de valores na casa dos R$ 10 milhões. Durante as buscas, duas pistolas, um revólver, um rifle e 150 munições de diversos calibres foram apreendidas.