Oluwatosin Tolulope Ajidahun analisa que a síndrome metabólica, caracterizada por um conjunto de alterações como obesidade abdominal, resistência insulínica, hipertensão e dislipidemia, exerce impacto direto sobre a fertilidade. Quando esses fatores se associam, criam um ambiente de desregulação hormonal e inflamação crônica que afeta tanto mulheres quanto homens. Esse quadro influencia a qualidade dos gametas, a receptividade endometrial e até mesmo a taxa de sucesso nos tratamentos de reprodução assistida, tornando o tema essencial para a prática clínica.
A conexão entre metabolismo e reprodução tem sido objeto de inúmeras pesquisas recentes. Pacientes com síndrome metabólica apresentam maior risco de falhas em ciclos de fertilização in vitro, abortos de repetição e complicações gestacionais. Isso ocorre porque os mecanismos metabólicos e inflamatórios alteram o funcionamento do eixo hormonal reprodutivo e prejudicam a saúde reprodutiva em diferentes etapas, desde a ovulação até a implantação do embrião.
Síndrome metabólica e a fertilidade feminina
Assim como explica Tosyn Lopes, a resistência insulínica presente na síndrome metabólica estimula a produção excessiva de andrógenos, resultando em anovulação recorrente e irregularidades menstruais. Esse desequilíbrio compromete a liberação dos óvulos e reduz significativamente as chances de concepção natural. Além disso, o acúmulo de gordura abdominal intensifica a aromatização periférica de estrogênio, desregulando ainda mais os ciclos e criando dificuldades para a formação de embriões viáveis.

Outro ponto de destaque é a inflamação sistêmica, frequentemente elevada nesses pacientes. Marcadores inflamatórios em excesso tornam o ambiente endometrial hostil, diminuindo as taxas de implantação embrionária. Mesmo quando óvulos de qualidade são obtidos em ciclos de reprodução assistida, a presença da síndrome metabólica pode comprometer o resultado final, exigindo estratégias personalizadas para cada paciente.
Consequências para a fertilidade masculina
A síndrome metabólica não é apenas um desafio para as mulheres. Homens diagnosticados com essa condição frequentemente apresentam alterações na concentração, motilidade e morfologia dos espermatozoides. O estresse oxidativo, estimulado pelo excesso de glicose e lipídios circulantes, compromete a integridade do DNA espermático, dificultando a formação de embriões saudáveis e aumentando o risco de falhas nas técnicas de reprodução assistida.
Adicionalmente, Tosyn Lopes informa que o acúmulo de tecido adiposo promove maior conversão de testosterona em estrogênio, reduzindo os níveis hormonais necessários para a espermatogênese. Esse desequilíbrio agrava o quadro de infertilidade masculina, sinalizando a importância de avaliar ambos os parceiros em casos de dificuldade para engravidar.
Síndrome metabólica e os resultados da reprodução assistida
Tosyn Lopes detalha que pacientes com síndrome metabólica apresentam menor taxa de fertilização e maior risco de complicações durante o tratamento. Alterações no ambiente uterino, associadas ao estresse oxidativo e à inflamação crônica, reduzem a viabilidade embrionária e dificultam a implantação. Além disso, as mulheres portadoras da síndrome enfrentam maior risco de desenvolver diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, condições que afetam não apenas a fertilidade, mas também a saúde materna e fetal.
Apesar dos desafios, há evidências de que a adoção de intervenções clínicas e mudanças no estilo de vida antes do início dos tratamentos pode modificar o prognóstico. Dietas equilibradas, atividade física regular, controle glicêmico rigoroso e redução do peso corporal são estratégias que demonstram impacto positivo nos resultados reprodutivos.
Estratégias de manejo clínico e perspectivas
Segundo Oluwatosin Tolulope Ajidahun, o enfrentamento da síndrome metabólica requer abordagem multiprofissional. O suporte de endocrinologistas, nutricionistas e especialistas em reprodução humana é essencial para preparar o organismo antes de procedimentos como a fertilização in vitro. O uso de medicamentos sensibilizadores da insulina pode ser necessário em alguns casos para restaurar a ovulação e regularizar os ciclos menstruais.
Nos homens, o controle metabólico auxilia na redução do estresse oxidativo e melhora a qualidade seminal, ampliando as chances de êxito nos tratamentos. Em paralelo, técnicas laboratoriais avançadas da reprodução assistida podem ser empregadas para selecionar gametas mais saudáveis, aumentando as taxas de sucesso. A integração entre manejo clínico e cuidados reprodutivos, portanto, é fundamental para superar as barreiras impostas pela síndrome metabólica.
Autor: Julya Matroxy
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