A incorporação da tecnologia nas rotinas corporativas tem transformado profundamente a gestão de pessoas e a organização do trabalho. O advogado especialista Dr. Christian Zini Amorim ressalta que, embora essas mudanças tragam ganhos em produtividade e controle, também exigem atenção redobrada com a legislação trabalhista. A adaptação jurídica nem sempre acompanha o ritmo da inovação, o que pode gerar riscos para as empresas.
Ferramentas de monitoramento remoto, inteligência artificial aplicada a processos de seleção, registro eletrônico de ponto e jornadas flexíveis são apenas alguns exemplos das inovações em curso. Essas práticas, embora eficientes, devem respeitar direitos já consolidados, como a privacidade do trabalhador, o direito à desconexão e os limites legais da jornada de trabalho.
O que a legislação brasileira já prevê sobre o uso da tecnologia nas relações de trabalho?
Desde a Reforma Trabalhista de 2017, a legislação brasileira passou a reconhecer com mais clareza modalidades como o teletrabalho. O Dr. Christian Zini Amorim destaca que o artigo 75-A da CLT sobre o teletrabalho (trabalho remoto ou home office) foi um marco importante nesse sentido, mas ainda há lacunas que geram debates, especialmente diante das tecnologias emergentes e da intensificação do trabalho remoto pós-pandemia.

Apesar dos avanços, muitos pontos ainda dependem de regulamentações complementares ou são interpretados caso a caso pela Justiça do Trabalho. Situações como controle de jornada em home office, uso de aplicativos para fiscalização e sistemas automatizados de gestão exigem cautela e respaldo jurídico. A ausência de normas específicas não isenta a empresa de responsabilidade.
Como equilibrar inovação tecnológica e segurança jurídica?
O segredo está em adaptar processos com apoio técnico e jurídico. Segundo o Dr. Christian Zini Amorim, toda mudança envolvendo tecnologia deve ser acompanhada por revisões contratuais, políticas internas e treinamentos, tanto para gestores quanto para os colaboradores, que devem ser informados sobre como seus dados serão utilizados, quais tecnologias estão sendo aplicadas em suas atividades e como isso se conecta às obrigações legais da empresa. A clareza nas regras evita conflitos e fortalece a cultura de conformidade.
Quais cuidados os empresários precisam adotar no dia a dia?
Empresas que adotam novas tecnologias sem suporte jurídico correm riscos trabalhistas, fiscais e reputacionais. Um erro comum, segundo o advogado especialista Dr. Christian Zini Amorim, é acreditar que ferramentas digitais dispensam controles formais. Pelo contrário, quanto mais automatizado o ambiente, mais importante é documentar processos, validar políticas internas e garantir que os sistemas estejam alinhados às exigências legais.
Com a flexibilidade trazida por aplicativos e plataformas digitais, é fácil ultrapassar os limites da jornada sem perceber. Por isso, é fundamental estabelecer protocolos claros sobre horários, pausas e resposta a mensagens fora do expediente. Essa organização protege o colaborador e reduz o passivo trabalhista da empresa.
Um novo cenário, o mesmo compromisso com a lei
A tecnologia é uma aliada estratégica, mas exige responsabilidade. O Dr. Christian Zini Amorim, advogado especialista, reforça que a inovação deve andar de mãos dadas com o cumprimento da legislação para que os ganhos de eficiência não se transformem em passivos inesperados. O empreendedor que se antecipa a essas questões demonstra maturidade de gestão e fortalece a sustentabilidade do seu negócio.
Autor: Julya Matroxy